GT Raça e Gênero no Mercado de Trabalho visita entidades empresariais
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O Grupo de Trabalho Raça e Gênero no Mercado de Trabalho, liderado pelo Coordenador da Comissão de Direitos Humanos da PGE-RS (CDH-PGE), Procurador do Estado Jorge Luis Terra da Silva, tem visitado entidades empresariais em busca de parcerias para a implantação de políticas de combate à discriminação no meio corporativo, que muitas vezes começa nas seleções de emprego. Já houve reuniões na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O Grupo de Trabalho Raça e Gênero no Mercado de Trabalho foi instituído em 2017 para analisar, sugerir alterações e contribuir na formulação de políticas públicas e mecanismos voltados ao combate às desigualdades salariais e de níveis de empregabilidade. A CDH coordena o GT, composto também por integrantes da Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos (SDSTJDH); Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS); Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS); e Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CODENE).
As primeiras reuniões foram na Fiergs, em 13 de abril, e na Fecomércio, em 10 de maio. “As visitas fazem parte da estratégia de articulação com as entidades e com as pessoas para que ocorram as transformações que se fazem necessárias. Nos dois locais, informamos sobre os trabalhos já desenvolvidos pelo GT Raça e Gênero no Mercado de Trabalho, apresentamos dados relativos ao mercado de trabalho no Brasil e na região metropolitana de Porto Alegre no que concerne às mulheres, aos negros e à comunidade LGBTI. Além disso, evidenciamos que esses seriam os primeiros de outros encontros para chegarmos a quem está na ponta, isto é, os empregadores, sugerindo a realização de parcerias entre as Instituições, visando a realizar ações para modificar a desigualdade salarial e de empregabilidade de mulheres e negros que se observa atualmente”, explica Dr. Jorge.
A Assessora da CDH Beatriz Lang tem mobilizado pessoas alinhadas à causa para participar dos encontros do GT Raça e Gênero no Mercado de Trabalho, compartilhando conhecimento e experiências, e as Analistas Jurídicas Maristela Lorensi e Diórgia Jorej realizaram estudo de leis que precisam ser modificadas e pesquisas sobre boas práticas que podem ser implementadas ou ampliadas. Maristela acompanhou as visitas às entidades. “Na Fiergs, fomos recebidos pelos principais gestores, dentre eles Carlos Heitor Zuanazzi, Superintendente-Geral da Fiergs; Juliano André Colombo, Superintendente Regional do Sesi (Serviço Social da Indústria); e Márcio José Allegretti, Gerente da Divisão Estratégica de Planejamento e Inteligência de Mercado da Fiergs”, relata. Já na Fecomércio, a recepção foi feita pelo Conselho de Relações Sindicais e do Trabalho (Copersind), coordenado pelo Vice-Presidente da Fecomércio-RS, Ibrahim Mahmud.
EXPECTATIVA - A Coordenadora da Rede Brasil Afro Empreendedores no RS, Maria Cristina Ferreira dos Santos, participou da visita ao Sebrae, em 11 de maio. “A reunião foi excelente, criou uma grande expectativa de resultados. Fomos muito bem recebidos. Vamos tentar construir uma atividade junto com o Sebrae e os empreendedores negros”, relata. A idealizadora da Feira Afroempreendedora RS, Angélica do Canto, também esteve no Sebrae. “Fomos muito bem acolhidos. A proposta foi colocada junto ao Sebrae e houve um entendimento da importância da inclusão, da diversidade, no mercado de trabalho. Neste primeiro encontro, levamos nossas necessidades e a Daniela, que nos recebeu, vai ver como pode nos ajudar. Para nós foi positivo, até por ela ser mulher e negra, conhece este recorte”, disse. “Queremos a capacitação de empreendedores negros. Temos conhecimento que em outros estados o incentivo ao empreendedorismo negro existe por meio do Sebrae”, afirmou Angélica.
A Técnica de Atendimento do Sebrae Daniela Santos Machado diz que atualmente o trabalho é focado em empreendedorismo de modo geral. “Foi o primeiro contato com esse tipo de demanda. Estamos vendo a viabilidade de ação focada no GT. Foi um momento de conhecimento de território, de ver a necessidade dos empresários, uma conversa muito rica”, avalia. A primeira ideia é realizar uma palestra sobre identidade empreendedora para empreendedores negros.