Evento da PGE debate o impacto da diversidade sexual nas instituições
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A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) realizou nesta quarta-feira (30/06) o evento on-line “Como a diversidade sexual impacta nas instituições?” para estimular a discussão sobre mudança cultural nas organizações. Na abertura, o procurador do Estado e coordenador da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos – CDH, Jorge Terra, destacou que as instituições necessitam de pessoas com diferentes vivências para que possam realizar plenamente a sua função. “Sabemos que o preconceito é estrutural, então o combate a ele também deve ser”, ponderou.
Procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Márcia Medeiros de Farias abordou o impacto da sexualidade no mercado e no âmbito institucional”. Ela usou exemplos de processos que envolveram o MPT, com questões relativas a diferentes etapas do processo de emprego. “A sexualidade já impacta na busca por uma vaga. Muitas pessoas nem buscam determinadas colocações porque sentem que não são ‘para elas’. Durante o trabalho, colegas e superiores muitas vezes usam o fato de a pessoa ter assumido sua sexualidade para humilhar ou espalhar fofocas. Na hora de reduzir quadro, as pessoas ‘que incomodam’ são as primeiras a serem desligadas. E, após a demissão, as avaliações negativas circulam de uma empresa para outra”, resumiu.
Primeira diretora trans de escola estadual no Rio Grande do Sul, a professora Adriana Souza falou sobre a diferença de vivência entre ela, que é graduada e funcionária pública com estabilidade, das experiências de meninas que não têm as mesmas oportunidades, além das questões de gênero que permeiam a vida das pessoas desde o nascimento. “Na escola, todos os preconceitos recaem sobre as crianças, reforçando o lugar e o papel que são esperados socialmente delas. Ao mesmo tempo que a educação é a grande ferramenta para a transformação social, a escola é a ferramenta para manter privilégios. A escola precisa ser revista e instituições como a PGE têm um papel importante nesta construção”, destacou.
O procurador regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal Enrico Rodrigues de Freitas abordou o tema “Quais os frutos sociais decorrentes do caso do Queermuseum?”. “Havia um duplo ataque aos direitos: à liberdade de expressão e à liberdade de sexualidade. As instituições têm a obrigação constitucional de enfrentar o preconceito. Esta obrigação permeia todo o Estado brasileiro, resumiu.
Os representantes da PGE no Conselho Estadual de Promoção dos Direitos LGBT, os procuradores do Estado Amanda de Moraes Weidlich e Lourenço Floriani Orlandini, foram os facilitadores do evento. “Temos um cenário positivo à frente quando vemos o resultado das eleições, com cerca de 30 pessoas trans eleitas no último pleito. Temos o primeiro senador assumidamente gay eleito”, destacou Orlandini. “A sociedade não pode fechar os olhos para a realidade: a diversidade existe”, ressaltou Amanda.
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